segunda-feira, 14 de abril de 2014

Especialistas dão dicas para escolher ovos de Páscoa mais saudáveis

Entre a enorme variedade de ovos de Páscoa disponíveis no mercado, alguns podem ser mais saudáveis do que outros. Ovos feitos com ingredientes alternativos, com maior porcentagem de cacau, livres de lactose e glúten são algumas das variações. Especialistas ouvidos pelo G1 dão dicas de como escolher o ovo de Páscoa ideal e aproveitar a ocasião sem exageros.

Para quem não abre mão do tradicional chocolate, as opção mais recomendadas pelos nutricionistas são as que têm mais de 70% de cacau. “O que faz o chocolate ter a propriedade antioxidante, promover a liberação de endorfina e trazer a sensação de bem-estar é o cacau”, diz a nutricionista Mariele Marcato, do Hospital San Paolo. Por isso a maior porcentagem de cacau – e consequente menor porcentagem de açúcar e leite – é benéfica.

Uma orientação da nutricionista Cátia Medeiros, da Atual Nutrição, é optar por versões mais simples e não as trufadas ou recheadas. “Se a escolha não for pelo chocolate meio-amargo ou com 70% de cacau, que pelo menos seja um ao leite simples. Os recheios tendem a deixar o ovo ainda mais calórico.”

Entre os nutricionistas, o chocolate branco é visto como vilão. Isso porque em sua composição entra apenas a manteiga de cacau, um tipo de gordura saturada extraída do fruto. O cacau propriamente dito só aparece na composição dos chocolates escuros. “O chocolate branco é mais calórico, tem mais açúcar e mais gordura. Ele não apresenta os benefícios relacionados aos chocolates amargos ou meio-amargos”, explica Cátia.

Também existem no mercado ovos de Páscoa sem açúcar, sem glúten e sem lactose. Segundo os nutricionistas, essas opções são especialmente interessantes para pessoas que têm algum tipo de restrição alimentar, já que a presença desses ingredientes por si só não é considerada prejudicial. Produtos que anunciam conter mais fibras são bem-vindos, já que ajudam a reduzir a absorção da gordura pelo organismo.

O cacau também pode ser substituído por outro ingrediente de sabor semelhante e com propriedades nutricionais mais interessantes: a alfarroba. Trata-se de uma vagem cuja polpa é torrada e moída e serve como base para uma massa parecida com o chocolate. “A alfarroba tem mais fibras, boas quantidades de vitaminas e minerais e, quando comparado com o chocolate, tem menos açúcar e menos gordura”, diz Cátia. Atualmente, há opções de ovos de Páscoa feitos com esse material no mercado brasileiro.

De acordo com Eloisa Helena Orlandi, diretora de uma empresa que fabrica produtos com alfarroba, o açúcar natural dessa vagem é maior do que o açúcar presente no cacau, o que dispensa a inclusão de adoçantes na fabricação. O produto também não contém glúten, nem ingredientes de origem animal, como leite. O “chocolate” de alfarroba não tem os estimulantes presentes no chocolate tradicional, como a cafeína e a teobromina.

Segundo ela, a alfarroba não é um alimento de baixa caloria, mas é um pouco menos calórico do que o chocolate tradicional. Se uma barra de 25 gramas do chocolate ao leite tem de 125 a 130 kcal, o chocolate de alfarroba tem 116 kcal.

Para quem não se preocupa com as calorias extras, ovos de Páscoa de marzipã também são opções. Apesar de calórico, o marzipã traz os benefícios relacionados às amêndoas, seu principal ingrediente. As amêndoas têm propriedades capazes de reduzir o colesterol ruim e manter o colesterol bom, além de serem ricas em cálcio e ferro.

De acordo com os especialistas, um consumo saudável de chocolate não pode ultrapassar 30 gramas por dia, no caso dos adultos. É nessa quantidade que os benefícios do cacau são observados de forma mais intensa.

No caso das crianças, segundo a pediatra Denise Ramos de Andrade Bedoni, do Hospital Leforte, não é recomendado que menores de três anos consumam chocolate. A partir dessa idade, o consumo diário não deve ultrapassar o equivalente a um tablete pequeno. “Orientamos que os pais evitem o consumo precoce de chocolate, por ele ser potencialmente alergênico e calórico. Mas sabemos que, na Páscoa, tem criança que ganha até 10 ovos.”

Quanto ao melhor tipo de chocolate, vale para as crianças as mesmas orientações dadas para os adultos: a preferência deve ser pelos chocolates mais amargos e sem recheios. “As papilas da língua de uma criança pequena são puras, não têm nenhuma alteração viciosa de paladar que vão adquirir com a idade. Se estimula para alimentos muito doces, a criança vai tender a recusar alimentos que não são tão doces”, diz Denise.

Para evitar o exagero, uma dica é abrir um só ovo por vez e dividi-lo em pedaços pequenos, limitando o consumo diário. Não deixar todos os ovos à vista pode ser uma boa ideia para evitar a tentação de querer experimentar todos de uma vez.

(G1)