sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Fórmulas de remédios falsificados levam farinha, gesso e até cimento

Remédios são falsificados, principalmente, nas compras direto na internet. A Organização Mundial da Saúde calcula metade do que é vendido na rede é falso.

É bom checar se o site da farmácia é conhecido, de confiança. E feita a compra, é importante observar a embalagem. A caixa deve ter a data de validade e número do lote impressos. Todo cuidado para evitar a falsificação. Segundo a OMS, em alguns casos as fórmulas originais são adulteradas com o uso de farinha, cimento e até gesso.

É fácil comprar, e fácil ser enganado. A oferta tentadora que aparece na internet mostra o remédio pela metade do preço. Suspeito é. A página não informa um nome de farmacêutico. Nem CNPJ da empresa. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 50% dos medicamentos vendidos na rede são falsificados. O Conselho de Farmácia adverte. São um perigo.

“Se você adquire um medicamento falsificado, você está sujeito a intoxicações. Por que? Porque você não sabe o que tem ali. Fala-se em cimento, em farinha, em uma série de coisas, gesso, que se coloca ali”, explicou Tarcísio Palhano, assessor Cons. Federal de Farmácia.

E aí, vale prestar atenção em outros detalhes. A embalagem de um remédio verdadeiro tem a data de validade e o lote impressos na caixa e não em etiqueta adesiva. Na cartela também. Na lateral, uma raspadinha, debaixo tem que vir o nome do laboratório e a palavra qualidade. Atenção também para a bula, se tiver cara de cópia é fraude.

E há outro problema. Sites que vendem, sem poder, os chamados remédios controlados. São por exemplo os tarja-preta, que, obrigatoriamente, precisam da apresentação da receita médica. E que, por lei, devem ficar retidas na farmácia.

Muitos desta lista não poderiam sequer ser ofertados para venda pela internet. Caso dos antibióticos, antidepressivos e anticonvulsivos. É só digitar o pedido.

A Anvisa não faz um monitoramento das vendas virtuais de remédios. As denúncias recebidas este ano foram de fabricantes. Quatro remédios falsificados para combater o câncer estavam sendo vendidos. A descrição deles está na página da Anvisa na internet. Os casos foram encaminhados à polícia.

A Débora Castro prefere comprar pela internet. Mas só usa site confiável, de farmácia registrada e conhecida. E quando a encomenda chega.

“Presto atenção se a embalagem condiz com o que eu já conheço. Se ele veio lacrado, como o de fábrica. Leio a bula, confiro a cor do medicamento. Então, assim, eu acho que a gente tem que tomar esses cuidados”, disse Débora Castro, servidora pública.

Na lista de produtos falsificados identificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, neste ano, a maioria é de remédios falsos para combater o câncer.

(G1)