O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) realiza mutirão cirúrgico até sexta-feira (1 de março), a Semana de Cirurgia de Coluna, que beneficiará – neste momento – cerca de 20 pacientes, a maioria adolescentes com problemas de escoliose.
A cirurgia de escoliose é um dos procedimentos mais complexos e pode durar de cinco a dez horas, em alguns casos necessita ser realizada em duas etapas, dependendo da gravidade.
Este é o segundo mutirão realizado este ano pelo Instituto. O primeiro atendeu os pacientes precisavam de prótese de quadril e foi realizado antes do carnaval. A iniciativa faz parte de um conjunto de medidas do Ministério da Saúde para ampliar a capacidade de atendimento no Into e reduzir o tempo de espera por cirurgias ortopédicas no Rio de Janeiro.
“Nesta ação serão operados pacientes com escoliose previamente avaliados e em condições clínicas. Essa doença afeta mais os adolescentes em período de formação. A intervenção cirúrgica ajuda a corrigir e impedir a contínua progressão da deformidade”, explica o cirurgião Luiz Cláudio Schettino, chefe do Centro de Cirurgia de Coluna. De acordo com ele, o mutirão é mais um esforço da equipe para agilizar o atendimento a esses pacientes.
Mutirão - Para auxiliar o grande volume de cirurgias, o Into realiza campanha interna para incentivar a doação de sangue e solicita a funcionários, familiares e voluntários que se dirijam ao Hemorio para doar e informar o nome da instituição que seja beneficiada.
O Centro de Coluna realiza 29 tipos diferentes de procedimentos de alta complexidade, perfazendo cerca de 300 cirurgias por ano. Pacientes com casos mais graves – risco de paraplegia, tumores ósseos e infecções – podem ser transferidos de outros hospitais.
Escoliose - A escoliose é um desvio anormal da coluna vertebral e pode ser avaliado pelo ortopedista em exame clínico, observando a curvatura ao olhar o paciente de frente ou de costas. É uma doença que surge e evolui sem causar dor ou incapacidade. Os ortopedistas alertam sobre a importância do médico em diagnosticar precocemente esta doença. Esses profissionais têm a oportunidade de identificar a escoliose, durante suas avaliações clínicas de rotina.
Existem várias causas diferentes para o aparecimento da escoliose. A doença pode ser congênita (a pessoa nasce com a má formação), sindrômica (associada a outras doenças), neuromusculares (associadas a doenças neurológicas ou musculares) e a idiopática (de causa desconhecida). Entre as idiopáticas, a mais comum é a escoliose do adolescente, que surge e se desenvolve na fase do crescimento rápido.
Após diagnóstico da doença, o paciente deve ser observado periodicamente. No caso em que a escoliose é progressiva, o uso de colete ortopédico pode ser o primeiro tratamento para impedir a sua progressão. Se observadas numa fase mais avançada, as deformidades não respondem mais a esse tipo de tratamento, passando então a ter indicação cirúrgica.
Fonte: Beatriz Fafiães / Agência Saúde