O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), vinculado ao Ministério da Saúde, oferece novo tratamento cirúrgico para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que possuem problemas congênitos de desenvolvimento de mandíbula, atendidos pelo Centro de Cirurgia Crâniomaxilofacial, especializado em doenças do crânio e da face.
Trata-se da cirurgia de alongamento ósseo de mandíbula que foi realizada nos dias 29 e 30 de janeiro, para atender pacientes, de 5 a 15 anos, com deformidades congênitas ou adquiridas em traumatismo. A ação foi coordenada pelo cirurgião Ricardo Cruz, chefe do Centro de Cirurgia Crâniomaxilofacial do Into, e contou com a participação de dois especialistas convidados: Nivaldo Alonso, da Universidade de São Paulo; e Renato Freitas, da Universidade do Paraná.
De acordo com médico Ricardo Cruz, o tratamento de alongamento ósseo de mandíbula (também chamado de distracção osteogência) é o mais indicado para a correção dessas deformidades. “Existem outras alternativas para tratar essas doenças, mas o alongamento mandibular ou distracção óssea é o mais moderno hoje e consideramos a melhor opção em pacientes jovens com anomalias congênitas ou adquiridas”.
Essa técnica de cirurgia reparadora tem como objetivo atenuar o crescimento deficiente da mandíbula com o auxílio de um aparelho distractor, fabricado em titânio, que é afixado no maxilar do paciente para estimular o desenvolvimento de tecido ósseo no local. Os movimentos diários do aparelho permitem o alongamento do osso e a consequente melhora funcional e estética.
Os aparelhos (distractores) podem ser internos e externos. “O aparelho externo, apesar de parecer incômodo quando colocado no rosto, constitui-se em procedimento menos invasivo e que possibilita a alta do paciente em poucos dias”, explica Cruz. A recuperação depende de acompanhamento médico e fonoaudiológico por um período de cerca de quatro meses. Os objetivos a serem alcançados são a melhoria da mastigação e da respiração e a estética mais adequada.
A cirurgia é indicada para os casos de anomalias congênitas de mandíbula, microssomia hemifacial (lado do rosto que nasce menor), síndromes de Pierre-Robin e Treacher-Collins e nas anomalias adquiridas em trauma e sem causa específica, como a anquilose temporo-mandibular (onde há rigidez na articulação que impede o crescimento da mandíbula).
Referência no SUS, o Into realiza desde em 1989 o alongamento ósseo de pacientes com doenças no aparelho locomotor. Ao longo dos anos, o Serviço de Fixadores (Dismetria) do Instituto vem desenvolvendo técnicas de aplicação dos aparelhos de fixação externa para tornar os procedimentos cirúrgicos mais confortáveis para o paciente e com melhores resultados.
Além de corrigir as discrepâncias dos membros superiores e inferiores, o Serviço de Fixadores realiza a reconstrução óssea e a correção das diversas deformidades do aparelho locomotor. Atualmente, várias situações podem ser resolvidas com as modernas técnicas de osteotaxia. A aplicação de fixador externo é menos invasiva se comparado a outras técnicas cirúrgicas, possibilitando uma reabilitação mais rápida do paciente.
O Centro de Cirurgia Crâniomaxilofacial do Into atende, principalmente, pacientes com malformações congênitas e deformidades adquiridas em decorrência de traumatismos faciais e de tumores ósseos benignos.
A cirurgia crâniomaxilofacial é uma área que reúne três especialidades médicas (Cirurgia Plástica, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia). O serviço funciona com uma equipe multidisciplinar que envolve 25 profissionais do Into, entre eles, cirurgiões plásticos e de cabeça e pescoço, cirurgiões-dentistas, médicos residentes, enfermeiras, fonoaudiólogos, psicóloga, nutricionista e assistente social.
Fonte: Into