Segundo o estudo, fatores como a ausência de políticas públicas nas áreas de ensino e trabalho e os baixos investimentos têm contribuído para que profissionais de saúde permaneçam mal distribuídos pelo território nacional e com baixa adesão ao Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo em áreas de difícil provimento.
A pesquisa Demografia Médica no Brasil: Cenários e Indicadores de Distribuição foi desenvolvida em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e traz dados sobre a migração de médicos pelo país, a presença de profissionais no SUS e a distribuição de médicos formados no exterior.
O número de médicos em atividade em SP chegou a 110.473 em outubro de 2012, segundo revela o estudo lançado nesta segunda-feira (18), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília. Com taxa de 2,64 profissionais por 1.000 habitantes, o estado se posiciona acima da média nacional, ocupando o primeiro lugar em números absolutos de médicos registrados em todo o país (388.015) e o terceiro em termos proporcionais. Apesar disso, 46% destes profissionais se concentram na capital e somente 51% deles atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em São Paulo, também se destaca a desigualdade percebida entre a capital e os municípios do interior do Estado. Os dados divulgados mostram que 30.585.070 cidadãos, moradores de cidades interioranas, são assistidos por 59.733 médicos. Neste conjunto de municípios, a razão médico/habitante fica em 1,95. Por outro lado, os residentes na capital têm um índice de 4,48 médicos por 1.000 habitantes.
Nos dados de médicos do SUS, o estudo Demografia Médica faz ressalvas: há falhas na alimentação das bases e médicos em regimes de plantão e terceirizados podem não constar do cadastro nacional, subestimando o número de profissionais que trabalham no SUS. Além disso, a unidade “médico do SUS” é complexa, pois existem diferenciais de especialidade, produtividade, idade, gênero, número de vínculos e carga horária dedicada ao serviço.
Pelos registros do CNES, há razão é de 1,11 médico que atende SUS por 1.000 habitantes, contra uma razão de 2 por 1.000 para o conjunto dos profissionais registrados. “Para um sistema de saúde público e universal, mesmo diante das limitações das bases de dados do CNES, pode-se dizer que é insuficiente a presença de médicos no SUS”, aponta o levantamento.
Fonte: Saúde Web