Um diagnóstico rápido e preciso é determinante para a cura e tratamento de diversas doenças. O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é um dos problemas cujas consequências podem ser amenizadas se tratado em tempo hábil. Saber identificar os sintomas iniciais e acionar prontamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo telefone 192 pode salvar a vida ou evitar sequelas graves ao paciente.
O AVC é uma alteração vascular no cérebro que causa um defeito neurológico na área afetada ou em todo o órgão. Segundo o coordenador do serviço de neurologia do Hospital Conceição, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), vinculado ao Ministério da Saúde, Rodrigo Targa, o AVC pode ter diversas causas. “Os dois grandes grupos de AVC são os isquêmicos e os hemorrágicos. Pode-se ter obstruções de artérias, que são as isquemias cerebrais, ou a ruptura de uma artéria, as hemorragias. Existem as causas congênitas, quando por exemplo, alguém que nasce com uma malformação vascular, mas isso é mais raro”, explica.
Segundo o especialista, doenças como hipertensão, diabetes, tabagismo, ou alterações no colesterol e na taxa de lipídios que aceleram o envelhecimento vascular, causam uma doença chamada aterosclerose, que é o deposito de gorduras nas artérias e aumenta as chances da pessoa ter obstruções ou ruptura de vasos sanguíneos e, portanto, as chances de se ter um AVC.
É importante estar atento aos primeiros sinais do problema. Os sintomas apontam qual área do cérebro foi afetada. Quando são do hemisfério esquerdo do cérebro, se tem alterações de força, sensibilidade e perda de visão do lado direito do corpo, e ainda problemas na linguagem e na fala. Isquemias ou hemorragias no lado direito do cérebro são percebidas no lado esquerdo do corpo, também com alterações na visão, na sensibilidade e na força, mas sem alterações na linguagem. AVC na parte de trás do cérebro provoca alterações do equilíbrio e da capacidade de se manter em pé, da movimentação do rosto e do movimento ocular.
“Além disso, existem sintomas não tão específicos, como dor de cabeça forte e súbita, principalmente se acompanhada de alguns sintomas anteriores. Qualquer defeito do sistema nervoso de início agudo deve-se suspeitar de um AVC”, recomenda Rodrigo. “O tempo é determinante, quanto antes se confirmar ou não essa impressão, melhor para o paciente. O ideal, portanto, é que se chame um serviço de emergência como o SAMU, onde serão tomadas as medidas iniciais como verificação da pressão, da glicose, avaliar a respiração e outras para manter a vida, além do encaminhamento para um centro hospitalar com disponibilidade para o tratamento”, completa.
Investindo no atendimento rápido – As sequelas do AVC podem ser a perda da função neurológica afetada pelo evento, como a paralisação de membros, perda da visão, incapacidade de comunicação e autonomia, além do risco de morte. Para diminuir ao máximo essas graves consequências e melhorar o tempo de atendimento e diagnóstico dessa e de outras doenças, a Rede Saúde Toda Hora reorganiza a atenção às urgências e emergências no SUS. A estratégia de atendimento está diretamente relacionada ao trabalho do SAMU, que prepara o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação. Segundo Rodrigo, acelerar o atendimento médico especializado em AVC aumentam as chances de recuperação do paciente. “Com um atendimento rápido e tratamento certo, o número de pessoas alcançadas por essa recuperação significativa sem grandes sequelas é bem maior que senão houvesse esse tratamento.”
Fonte: Fabiana Conte/ Comunicação Interna do Ministério da Saúde