terça-feira, 4 de junho de 2013

Criação do Cadastro Estadual de Agrotóxicos poderá monitorar uso do produto no país

O responsável pela Pesquisa e Desenvolvimento da Feltrin Sementes, Marlon Ortiz, trabalhou muitos anos na agricultura. Ele conta que desenvolveu um câncer por causa do contato direto com um tipo de agrotóxico: “Eu tenho um exemplo próprio meu, que quando eu trabalhei em viveiro de mudas eu trabalhava fazendo controle de doenças e eu usei muito benomil e oito anos atrás, eu num seminário de tomates na Unicamp, um professor da Unicamp que trabalha com problemas de intoxicação com químicos, falou que o benomil está totalmente relacionado a câncer de tireoide, e eu tive esse câncer de tireoide e trabalhei com esse produto também então é uma coisa que já me afetou particularmente, então eu acho que é muito importante essa ideia.”

Para evitar o aumento de casos de câncer entre pessoas que têm contato frequente com agrotóxicos, Instituto Nacional do Câncer (INCA) e outras entidades como a Fundação Oswaldo Cruz, discutiram recentemente a possiblidade de criar um Cadastro Estadual de Agrotóxicos.

Com o cadastro, a chefe da área de Câncer Ocupacional do INCA, Ubirani Otero, acredita que será possível monitorar o uso do produto no país. “O cadastro vai permitir um controle, uma vigilância, de todo o produto que estiver circulando no estado, então isso é bom que você vai saber exatamente o que se está usando hoje, em cada local, quais os ingredientes ativos, quando ele está sendo comercializado, quem está comprando muito, quem tá comprando menos, para vigilância isso é fundamental você vai poder quantificar e ver a qualidade desse produto vai saber exatamente quais os produtos estão sendo mais usados, e onde estão sendo usados.”

Segundo estudos do INCA, 15 tipos de tumores estão associados ao uso de agrotóxicos. Para mais informações, acesse o site do instituto.

Fonte: Hortência Guedes / Web Rádio Saúde