sábado, 30 de novembro de 2013

Atividades físicas no combate à obesidade infantil

Brincadeiras apenas na frente do computador, vídeo-game, televisão e outros eletrônicos podem levar ao sedentarismo e obesidade infantil. Algumas atividades físicas, como a natação, são recomendadas para crianças a partir de seis meses de idade.

De acordo com o pediatra Sílvio Monteiro Filho, do Hospital Federal da Lagoa (RJ), crianças sedentárias são mais propícias ao aumento do colesterol e têm mais risco do aparecimento da obesidade e outras doenças. Mas o médico alerta que é necessário iniciar a atividade física adequada para cada idade. “Crianças pequenas não devem ser submetidas a atividades competitivas e extenuantes. O exercício físico tem que ser uma recreação e um incentivo ao lazer e a prática de esportes”, afirma.

A técnica de enfermagem Amanda Chaves, 35 anos, tem três filhos e desde pequenos eles fazem atividades físicas além das aulas de educação física na escola. O filho mais velho, hoje com 16 anos, pratica natação desde 1 ano e 9 meses, por indicação médica para melhoria da asma, e também o futsal no colégio. Já as meninas Nívea, 13 anos e Clara, 12 anos, sempre fizeram ballet e agora estão praticando a natação. Os horários de brincadeiras no computador e eletrônicos também são organizados. Cada um pode brincar na internet por trinta minutos pela manhã e trinta minutos a noite e o videogame, só aos finais de semana.

Para a mãe, o incentivo à pratica de exercícios e ao cuidado com a saúde começa dentro de casa. “Eu faço atividades há quase dez anos e sempre incentivei meus filhos a cuidarem da saúde e do corpo. Minhas filhas sempre que podem, fazem caminhada comigo pela manhã e também realizam suas atividades de dança e natação”, afirma. Além disso, Amanda incentiva a alimentação saudável, mesmo sabendo que é difícil convencer as crianças. “Gabriel e Nívea gostam muito de sucos, verduras e frutas. Só a mais nova que ainda é muito fã de doces e guloseimas, mas tentamos evitar. Refrigerantes só podem ser consumidos no final de semana”, comenta.

Segundo o pediatra, Amanda está no caminho certo no cuidado com os filhos. “A partir dos seis meses de idade os bebês já podem fazer natação, desde que aula individual, com um professor para cada criança ou acompanhado dos pais. Nunca é recomendada a aula coletiva, pelo risco de afogamento. O bom é que a criança esteja o tempo inteiro acompanhada de um adulto”, explica o médico.

Algumas crianças não simpatizam com atividades físicas, mas forçar não é a solução. O pediatra Sílvio Monteiro Filho afirma que “não se deve obrigar a criança a fazer um exercício físico. O ideal é que os pais conversem com ela e encontrem alguma atividade que ela goste e vá animada”. Ele recomenda que sejam alternadas atividades até que se descubra do que a criança gosta mais, como corrida, queimada, vôlei, futebol, ginástica, andar de bicicleta, natação e outras, desde que sempre acompanhadas de um profissional.

O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação instituíram em 2007 o Programa Saúde na Escola (PSE), que é voltado para crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira. O intuito do programa é promover a prevenção e do cuidado com a saúde. Além disso, o Ministério da Saúde implementou, em 2011, o Programa Academia da Saúde, que tem como principal objetivo contribuir para a promoção da saúde da população a partir da implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física e de lazer e modos de vida saudáveis.

Preocupada com o sedentarismo infantil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera uma criança ou adolescente ativos quando eles praticam no mínimo uma hora diária de atividades físicas. De acordo com a OMS, não é recomendado que as crianças passem mais de duas horas em frente ao videogame, TV e outros brinquedos eletrônicos. Além disso, em momentos de brincadeiras, algumas vezes as crianças esquecem de tomar água. Segundo a Coordenadora-Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patricia Jaime, a hidratação das crianças é fundamental. O recomendado é o consumo de um litro e meio a dois litros de líquidos diariamente. Isso pode incluir água e sucos.

(Kathlen Amado / Blog da Saúde)