quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Governador Sérgio Cabral cria gabinete de crise para acompanhar chuvas no estado do Rio


O governador Sérgio Cabral determinou na manhã desta quinta-feira (3) a formação de um gabinete de crise no Centro Estadual de Gestão de Desastres (Cestad), em virtude das fortes chuvas que caíram na madrugada em cidades da Baixada Fluminense. O gabinete de crise funciona na sede do Departamento Geral de Defesa Civil, na Praça da Bandeira. No local, o secretário de Defesa Civil, Sérgio Simões, vai acompanhar as consequências das chuvas no estado e traçar um plano de trabalho em conjunto com as secretarias de Estado de Saúde, Obras, Assistência Social, Educação, Meio Ambiente e com o Departamento de Recursos Minerais (DRM), informou o governo do estado.

Na manhã de sexta-feira (4), Cabral se reunirá com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no Palácio Guanabara, também para discutir a situação provocada pelas chuvas no Estado e decidir medidas de emergência.

A Defesa Civil de Duque de Caxias já atendeu a mil pessoas até o início da tarde desta quinta-feira (3), informou o secretário Marcelo da Silva Costa. Os desabrigados, que o secretário ainda não pôde dizer quantos somarão até o fim do dia, ficarão em igrejas da cidade. Segundo o secretário, o Governo do Estado tem apoiado com a presença do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, do Samu.
“A integração com o estadual é excelente”, disse ele, pedindo calma à população, e orientado para deixarem locais de risco e darem abrigo a pessoas que tiveram de deixar suas casa.
Segundo o secretário, as localidades mais atingidas de Caxias são Pocilga, Pedreira, Cristóvão, Café Torrado, e Ponto  51.
Uma pessoa morreu em Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em decorrência das fortes chuvas que atingiram a região na madrugada. A morte foi confirmada pelo secretário de Defesa Civil de Duque de Caxias, Marcelo Silva Costa. Segundo ele, o corpo de um homem foi encontrado sob escombros provocados por um desabamento. A vítima ainda não foi identificada.
Segundo a Defesa Civil de Duque de Caxias, cerca de 200 pessoas ficaram desalojadas em Xerém. Todas foram levadas para abrigos localizados no município. Um deles fica na Praça da Mantiqueira. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) emitiu alerta máximo para alguns rios da Baixada Fluminense por causa do alto nível das águas. Isso foi feito nos rios Sarapuí, Botas, Capivari, Iguaçu e Saracuruna.
Bombeiros de três quartéis trabalham na região de Xerém. Segundo os bombeiros, oito casas desabaram. Três pontes também foram destruídas pela enchente. Devido à chuva, o Rio Saracuruna transbordou. Choveu 212 milímetros em 24 horas na localidade.
De acordo com a Defesa Civil do município, vários pontos de alagamentos se formaram. Pessoas ficaram ilhadas. Alguns moradores deixaram as casas com água na cintura, levando os pertences nas costas. Diversos veículos foram arrastados. O bairro da Mantiqueira é um dos locais mais atingidos.
O secretário de Defesa Civil disse que ainda não é possível confirmar o transbordamento de uma barragem na região. "Não há indício deste fato. O rompimento da barragem não está confirmado", afirmou Marcelo Silva Costa. Segundo ele, a chuva foi bastante significativa para provocar a enchente na área.

"Chegamos à conclusão de que foi uma cabeça d’água, desencadeando uma enxurrada brusca que trouxe uma grande avalanche de terra, árvores, pedras até as casas que estavam no beira-rio”, disse Costa.
A situação está uma calamidade, muitas pessoas perderam tudo, o negócio está feio. Fazia 50 anos que não chovia tanto"Ronaldo Barbosa, morador de Xérem, disse que a água começou a invadir as casas por volta das 3h desta quinta-feira e chegou a uma altura de 2 metros.
"A situação está uma calamidade, muitas pessoas perderam tudo, o negócio está feio. Fazia 50 anos que não chovia tanto", disse Barbosa. "Na madrugada, vizinhos começaram a me ligar e avisar. Eu não tinha visto a água subir. Como minha casa tem dois andares, começamos a levar os móveis para o andar de cima. O térreo ficou submerso", afirmou o morador à Globo News.
Na cidade de Petrópolis, na Região Serrana, moradores ficaram ilhados no bairro São Sebastião, e os bombeiros ajudaram no resgate. Já no Centro da cidade, trechos da Avenida Coronel Veiga, a principal ligação entre a área central e os bairros Quitandinha e Alto Independência, também foram tomados pela água.
Já no bairro Alto Independência, onde foi registrado o maior índice pluviométrico da região nesta madrugada, cerca de 138 mm, o trecho final da rua Vital Brasil está interditado por conta de dois deslizamentos que atingiram o local.
Na rodovia BR-040 foram registradas cinco quedas de barreira e alagamentos.
Em Teresópolis, também na Região Serrana, as sirenes dos bairros Perpétuo, Vale da Revolta e Caxangá foram acionadas durante a madrugada e assustaram os moradores, a precipitação máxima registrada na madrugada foi entre 40 e 45 mm, nessa região. A população foi encaminhada a pontos de apoio para que a Defesa Civil faça a vistoria necessária nos pontos de risco. De acordo com a Defesa Civil, 50 pessoas ficaram desalojadas, no entanto, as famílias estão retornando às casas aos poucos.
Ainda em Teresópolis, foi registrada uma queda de barreira na comunidade da Coreia, no bairro Meudon, sem atingir nenhuma residência. Houve acúmulo de água em via pública no bairro de São Pedro e em trechos do centro da cidade.
Em Angra dos Reis, na Região Sul Fluminense, cerca de 2.500 pessoas vão ter que sair de suas casas em função da chuva. Por volta das 8h voltou a chover forte na região e equipes da Defesa Civil retiravam as pessoas das casas. Nove imóveis foram atingidos por um deslizamento de terra no distrito do Frade, deixando 15 pessoas com ferimentos leves.

Fonte: G1