
Quem apoia a tecnologia acredita que o salmão transgênico não tornará a produção em cativeiro mais fácil ou barata, mas poderá ser uma alternativa melhor para o meio ambiente. O atual cientista chefe do governo britânico, Sir John Beddington, alertou há dois anos sobre uma “tempestade perfeita” formada pelo crescimento de habitantes do planeta, mudanças climáticas e menos oferta de comida, onde seria “muito difícil de justificar o não uso de tecnologias como a de modificação genética”.
Já os opositores apelidaram a novidade de “Frankenfish” e argumentam que a introdução de um peixe de crescimento rápido como este cria riscos para a saúde dos humanos e do meio ambiente. E afirmam que o salmão será o início de um esforço concentrado para criar outros animais geneticamente modificados para o nosso consumo, levantando sérias questões sobre o bem-estar animal. Eles dizem que, se um salmão desses escapar do cativeiro para o mar, pode minar a genética do salmão do Atlântico.
A empresa AcquaBounty Technologies, de Massachusetts, que está por trás do salmão geneticamente modificado (que eles chamam de ‘AquAdvantage salmon’; eles também pesquisam híbridos de tilápia e truta), enfatizou que tal possibilidade é remota, pois os peixes criados seriam fêmeas estéreis mantidas em contêineres seguros em terra. Em sua análise, a FDA concorda que tais riscos são remotos.
Em seu relatório, a FDA alerta que a aprovação final ainda não foi dada pelo governo americano, e seu porta-voz disse que “o esboço de uma análise ambiental é um passo provisório na avaliação geral da aplicação e não uma decisão sobre o pedido em si”.
A pesquisa sobre o salmão geneticamente modificado data do fim da década de 1980 e passou por 17 anos de burocracia para que fosse considerada esta possibilidade de aprovação para o consumo humano.
Fonte: O Globo