sábado, 6 de abril de 2013

Hospital do RS confirma oito casos de superbactéria e adota restrições

Subiu para oito o número de casos confirmados de superbactéria KPC no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), na Região Central do Rio Grande do Sul. Em razão disso, a direção do hospital anunciou que vai adotar uma série de medidas restritivas para evitar novas contaminações.

De acordo com nota divulgada nesta sexta-feira (5) pela direção do HUSM, exames feitos pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmaram a presença da bactéria resistente a antibióticos em cinco novos pacientes. Três casos já haviam sido confirmados na quinta-feira (4).

Do total de pacientes contaminados, apenas um continua internado na instituição. Segundo o hospital, esse paciente está isolado e o tratamento evolui de maneira satisfatória. Outro paciente, que estava internado há mais de três meses e morreu em decorrência de “múltiplas doenças”.

Nesta sexta-feira (5), a direção do HUSM reuniu-se com representantes do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Vigilância Sanitária da 4° Coordenadoria Regional de Saúde para tratar do assunto e decidiu adotar uma série de medidas.

O atendimento de pacientes no Pronto Socorro será limitado a casos de emergência e referenciados. As visitas e permanência de acompanhantes serão restringidas e as cirurgias eletivas, suspensas. Além disso, haverá reforço interno para segurança de pacientes e controle de infecção.

Os recentes casos de KPC deixaram a população em alerta. Pacientes que procuraram o atendimento nos hospitais da cidade na manhã desta sexta-feira (05) não esconderam o receio. “É um risco que tomo mundo está correndo”, comentou o servente de pedreiro Claiton Garcia da Rosa.

A superbactéria é chamada assim por ser mais resistente a antibióticos e costuma surgir em ambientes hospitalares, onde o uso desse tipo de medicamento ocorre com maior frequência. Ela pode provocar infecção pulmonar, urinária ou em feridas cirúrgicas e evoluir para pneumonia ou infecção generalizada.

O microorganismo está presente normalmente na flora digestiva dos indivíduos. Os problemas ocorrem quando há desequilíbrio entre uma quantidade de bactérias e a baixa imunidade dos pacientes. Nesses casos, aumentam as chances de infecção.

“Ela é só mais uma bactéria resistente, que as pessoas inicialmente se colonizam e depois manifestam síndrome infecciosa, dependendo das condições delas. O fato de ela estar presente não implica na necessidade ou urgência de tratamento. A gente trata o paciente e não a bactéria”, explica a infectologista Jane Costa.

No HUSM, os funcionários reforçaram as medidas de prevenção. “A gente procura ter cuidado. Andar sempre com as mãos limpas e toda vez que entrar em contato com os pacientes manter a higiene das mãos”, diz a técnica em radiologia, Maristela Schmidt.

De acordo com a infectologista, manter cuidados básicos de higiene é a melhor forma de se prevenir da contaminação pela bactéria. A principal forma de transmissão é através do contato com secreções de pacientes internados. Não há risco de transmissão pelo ar.

“A recomendação é manter a higiene das mãos, usar álcool nas mãos, e respeitar os cuidados básicos de higiene. É importante também evitar o uso de antibióticos desnecessariamente”, explica a médica.

Fonte: G1