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Coração: o órgão feito em laboratório apresenta uma taxa de 40 a 50 batimentos por minuto, ainda inferior à de um adulto normal, que é de 60 a 100 batimentos |
As células-tronco pluripotentes foram tratadas em laboratório para se diferenciarem em células cardíacas progenitoras multipotentes (MCP), capazes de originar diferentes tipos de células que formam o coração. "Ninguém tinha tentado utilizar essas células para regeneração cardíaca antes. Nós descobrimos que a matriz extracelular do coração – material a partir do qual é feita a estrutura do coração – emite sinais que guiam as células MCP para que elas se tornem as células especializadas que são necessárias para o funcionamento correto do coração", explica Lei Yang, professor de biologia do desenvolvimento na Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh, e um dos autores do estudo.
Inseridas na estrutura tridimensional, composta de proteínas e carboidratos aos quais as células aderem, as células cresceram e originaram um músculo cardíaco. Após 20 dias sendo irrigado com sangue, o órgão reconstruído começou a se contrair novamente, a uma taxa de 40 a 50 batimentos por minuto.
Ainda é preciso, porém, encontrar formas para fazer o coração se contrair forte o suficiente para bombear sangue de forma eficaz e reconstruir o sistema de condução elétrica do coração — para um adulto, o ritmo cardíaco normal varia entre 60 e 100 batimentos por minuto. "Ainda estamos longe de fazer um coração humano completo. No entanto, nós oferecemos uma nova fonte de células — células MCPs derivadas de iPS — para a futura engenharia de tecido cardíaco", afirma o pesquisador.
Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 17 milhões de pessoas morram de problemas cardiovasculares todos os anos, a maioria vítima de doenças do coração. Yang acrescenta ainda que mais de metade dos pacientes com doenças cardíacas não respondem adequadamente às terapias existentes, e a quantidade de órgãos disponíveis para transplante não é suficiente.
"Um dos nossos objetivos futuros é estudar a possibilidade de criar um implante de músculo cardíaco humano. Nós poderíamos usá-lo para substituir uma região danificada por um ataque cardíaco. Isso pode ser mais fácil de conseguir, porque não vão ser necessárias tantas células quanto um coração completo precisaria", afirma Yang.
Fonte: Veja