Comer grãos integrais e vegetais. Praticar exercícios regularmente. Evitar o estresse. Cultivar uma vida familiar saudável e bons amigos. Cada um desses hábitos (e, frequentemente, todos eles) já foi relacionado a uma saúde melhor. Mas agora, pela primeira vez, um novo estudo comprova que adotar tais atitudes, de fato, pode retardar e até mesmo reverter o envelhecimento celular, o que poderia reduzir o risco de varias doenças. E mais: nunca é tarde para começar.
O trabalho publicado na “Lancet Oncology” revela que adotar um estilo de vida saudável tem um impacto direto no processo do envelhecimento e das doenças relacionadas à idade em nível celular. Isso ocorre porque tais mudanças de habito induzem um aumento no tamanho do telômeros – estruturas localizadas nas pontas dos cromossomos e que vô diminuindo conforme envelhecemos.
Telômeros muito curtos são relacionados ao envelhecimento celular e ao aumento do risco de doenças típicas da idade avançada, como câncer e demência, bem como à morte prematura. Os telômeros oferecem proteção aos cromossomos e ajudam a mantê-los estáveis. Mas a cada vez que ocorre uma divisão celular, eles são levemente reduzidos. À medida que ficam mais curtos e sua integridade estrutural diminui, as células passam a envelhecer e a morrer cada vez mais rapidamente.
- Já sabíamos por outros estudos que ter uma dieta pouco saudável, fumar e viver sob estresse crônico, ser solitário e deprimido podem induzir ao encurtamento dos telômeros – afirmou, em entrevista a agencias de noticias o pesquisador Dean Ornish, responsável pelo novo trabalho.
No entanto, segundo Ornish, os telômeros não representam necessariamente o nosso destino.
- Com frequência as pessoas pensam “eu tenho genes ruins, não há nada que eu possa fazer sobre isso”. Mas esta descoberta indica que os telômeros são alongados à medida que as pessoas mudam sua forma de viver. A pesquisa indica que telômeros mais longos estão associados a menos doenças e vida mais longa.
A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade da California, em São Francisco, e do Instituto de Pesquisa e Medicina Preventiva, uma organização americana sem fins lucrativos.
( O Globo)