quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Câncer de próstata diagnosticado no início pode ter 90% de chance de cura


Homens costumam se preocupar muito menos com a saúde do que as mulheres. Muitos deles deixam de ir ao médico por vários motivos, inclusive medo, e em 70% dos casos são arrastados por insistência delas. No entanto, essa demora para procurar ajuda pode trazer riscos para a saúde, especialmente de problemas como câncer de próstata, como alertaram os urologistas Miguel Srougi e Luciano Nesrallah.

De acordo com os médicos, esse é o tipo de câncer mais comum entre os homens e pode ser diagnosticado através de um exame de sangue, chamado PSA, combinado ao exame de toque retal. Segundo o urologista Miguel Srougi, se diagnosticado no início, as chances de cura são de 80% a 90%; se detectado em estágio avançado, essas chances diminuem para 10% a 20%.

A maioria dos casos são de câncer dentro da próstata, o que facilita muito as chances de recuperação; porém, em 30%, onde a doença já se instalou nos nervos ou ossos, por exemplo, essas chances reduzem drasticamente.

Por isso, é muito importante que os homens façam o rastreamento da doença a partir dos 40 anos de idade, se houver casos na família, ou a partir dos 45 anos, se não houver, como alertou o urologista Luciano Nesrallah.

Se o paciente descobre o câncer, ele pode tratar com radioterapia ou retirar totalmente a próstata com uma cirurgia. Porém, muitos têm medo da impotência sexual ou incontinência urinária depois da operação – de fato, as duas coisas podem acontecer, mas dependem de muitos fatores.

Se a cirurgia for feita do jeito certo, as chances de incontinência são de 3% a 5%; já a impotência vai depender da idade do paciente e da experiência do cirurgião. Hipertensos, fumantes ou diabéticos podem também ter mais chances de disfunção erétil após a retirada da próstata.

Depois da cirurgia, pode acontecer também do nervo responsável pela ereção ficar por um tempo adormecido, mas na maioria dos casos, ele logo volta a se recuperar. Porém, se os nervos forem totalmente afetados, o homem pode ficar impotente e precisar de medicamentos. Esse é um dos usos indicados para o uso de remédios para disfunção erétil, mas muitos ainda costumam utilizá-los sem necessidade. Segundo o presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Pedro Eduardo Menegasso, o uso desses remédios pode causar dependência psicológica ao ponto do paciente não conseguir mais ter relação sexual sem ele. De acordo com o especialista, o medicamento é um vasodilatador e, assim como todos os outros, tem efeitos adversos, como vermelhidão no rosto, dor de cabeça e congestão nasal, por exemplo.

Na teoria, ele só é vendido com prescrição e receita médica, mas na prática, não é bem assim e o acesso pode até ser simples. Porém, o uso indiscriminado traz riscos e não é recomendado, como alertaram os urologistas. Além disso, não é recomendado combinar remédios para disfunção erétil com outros remédios vasodilatadores, que podem causar queda de pressão, levando a desmaios e até parada cardíaca. Medicamentos fitoterápicos para disfunção erétil também não têm comprovação científica de que funcionam e, para muitos, podem ter o efeito contrário.

Os urologistas explicaram ainda que o paciente pode ter desejo sexual, mas por um problema de disfunção erétil, não conseguir ter ereção. Isso porque a libido vem da cabeça e está relacionada aos hormônios, não à próstata.

O hormônio responsável pelo desejo sexual é a testosterona, mas ele diminui com a idade – a partir dos 40 anos de idade, acredita-se que a testosterona cai em média 2% ao ano. Nesse caso, o homem pode recorrer à reposição hormonal, que deve ser feita sempre com acompanhamento médico para evitar efeitos colaterais, como crescimento dos mamilos, aumento do colesterol e diversas outras consequências graves.

Depois dos 40 anos, é muito comum ainda que o homem tenha também hiperplasia benigna da próstata, um crescimento sem implicações graves, mas que pode comprometer bastante a qualidade de vida. A próstata aumentada pode estreitar a passagem da urina, o que pode dar vontade de ir ao banheiro a todo momento e até atrapalhar o sono do paciente. Esse problema pode ser apenas acompanhado, tratado com medicamentos (finasterida ou dutasterida) ou, em alguns casos, até cirurgia. Nos casos em que a próstata cresce, mas não causa problemas, o homem deve fazer exames de toque retal e PSA anualmente.

Outras doenças:
Candídiase: na maioria das vezes, vem através da mulher, que tem um ambiente mais propício para a proliferação do fungo cândida, como explicou o infectologista Caio Rosenthal. Por isso, é mais comum que o homem tenha depois de uma relação sexual com alguma mulher portadora da doença. Os sintomas podem ser manchas vermelhas na glande e prepúcio e também coceira. Em casos mais simples, o tratamento é feito com um antifúngico local e, em estágios mais avançados, oral.

Sífilis: é transmitida pelo contato, apenas quando há ferida no órgão de contato, ou através da mãe para o feto. A bactéria pode se instalar na boca, garganta ou ânus e pode ter 3 fases: a primeira é uma úlcera na glande e prepúcio e uma íngua na virilha; na segunda, aparecem lesões avermelhadas pelo corpo, às vezes com escamas e sem contorno, especialmente na palma das mãos, antebraço e membros inferiores; na última fase, tudo isso desaparece, mas o paciente continua com a doença e o tratamento é feito com antibióticos. Apesar dessas reações, pode ocorrer também da sífilis não dar sintomas e, por isso, a melhor maneira de identifica-la é através de acompanhamento médico frequente.






(Bem Estar)