Quem é cadastrado recebe um cartão magnético. É através dele que a bonificação é computada. Além de separar o lixo, os participantes retiram a sujeira de potes e garrafas. Misturar tudo não é um bom negócio. O valor dos detritos é calculado pela matéria-prima de que são feitos. Quem pesa tudo junto recebe pela categoria de objetos de menor valor. Os clientes precisam levar o lixo para um posto de coleta, que fica na entrada dessas comunidades. Há unidades na Rocinha, Chácara do Céu, Cruzada São Sebastião, Chapéu Mangueira e Babilônia. No posto, o material é pesado e o desconto, calculado. O participante recebe um extrato comprovando o que entregou. Aí é só esperar pela recompensa na conta do mês seguinte.
Como a reciclagem ajuda na redução do consumo de energia, a Light calcula ter poupado 5.900 megawatts, o que abasteceria durante um mês 40 mil domicílios. O bônus oferecido aos clientes também funciona como uma forma de estimular o pagamento da conta em dia. Esse modelo já tinha sido adotado pela concessionária Ampla, que atende a municípios da região metropolitana e do interior do Rio, desde 2008. A empresa contabiliza 140 mil clientes e quer mais. Lançou uma campanha de adesão que dá prêmios como geladeiras, lâmpadas econômicas e ecobags a quem se empenhar mais.
Parte do lixo recolhido pelo Light Recicla vem de clientes de bairros de classe média, que passaram a colaborar com o programa sem lucrar nada em suas contas. Seus bônus aliviam a fatura de 31 instituições de caridade, a maioria dentro de favelas. Alunos de colégios de Botafogo, como o Santo Inácio e a Escola Corcovado, estão entre os que aderiram ao programa. Eles colocam o lixo no cesto certo e ganham o bônus de um planeta melhor para viver.
(IstoÉ)