sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Medicamento para Autismo é Incorporado pelo Ministério

A previsão do Ministério da Saúde é de que no início de 2015 esteja disponível na rede pública o medicamento Risperidona, responsável na diminuição das crises de irritação, agressividade e agitação, sintomas comuns em pacientes autistas. A estimativa é que o medicamento beneficie aproximadamente 20 mil pacientes por ano.
Com esta medida, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferecerá o primeiro medicamento para tratar os sintomas do autismo. “O autismo aparece nos primeiros anos de vida. Apesar de não ter cura, técnicas, terapias e medicamentos, como o Risperidona, podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. O autista olha pouco para as pessoas, não reconhece nome e tem dificuldade de comunicação e interação com a sociedade”, explica o Ministério da Saúde.


Além do mais, muitos pacientes apresentam comportamento agressivo, agitado e isso exige cuidado e dedicação permanente. Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, a incorporação do medicamento faz parte de um esforço do Ministério da Saúde em avaliar permanentemente a ampliação da oferta de medicamentos no SUS. “A política de incorporação tecnológica é muito ativa. Nos últimos dois anos e meio, o Ministério incorporou 111 novas tecnologias, sendo 70% medicamentos, triplicando a média anual de incorporações”, avalia.

De acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas no mundo tem a doença. No Brasil, a estimativa é de que este número alcance dois milhões de pessoas. A expectativa é que o Ministério da Saúde invista R$ 669 mil para a compra do remédio.


Segundo a coordenadora-geral de Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, Vera Mendes, a medicação associada ao conjunto de terapêuticas ofertado pelo SUS é fundamental para o desempenho da criança. “O remédio vai ajudar a regular os sintomas comportamentais deixando o paciente mais apto e equilibrado na prática de suas atividades, além de melhorar seu convívio na vida social e familiar”, destaca.

Ainda com informações do Ministério da Saúde, para o atendimento do autismo na rede pública, são realizadas nas mais de 40 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) ações de habilitação e reabilitação coordenadas por equipe multiprofissional, focados nas dimensões cognitivas e de linguagem oral, escrita e não-verbal, incluindo intervenções educativas e comportamentais direcionadas aos sintomas. Os pacientes também podem ser acolhidos em um dos 102 Centros Especializados em Reabilitação habilitados pelo órgão.

A inclusão de qualquer medicamento no SUS obedece às regras da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que exige comprovação da eficácia, custo-efetividade e segurança do produto por meio de evidência clínica consolidada e assim garante a proteção do cidadão que fará uso do medicamento. “Após a incorporação, o medicamento ou tecnologia pode levar até 180 dias para estar disponível ao paciente”, finaliza o Ministério da Saúde.


(O Regional)