Nas listas principais das reclamações de clientes estão as operadoras de planos de saúde. As principais queixas giram em torno da negativa de atendimentos. A frustração da clientela com os serviços tem saído caro para as operadoras, que acumulam dívida de aproximadamente R$ 925 milhões com a Agência Nacional de Saúde (ANS) nos últimos cinco anos.
Esses valores são normalmente questionados na Justiça e lotam as gavetas dos tribunais. Mas quem é o vilão e quem é o mocinho? O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Flávio Wanderlei, diz que o consumidor também tem culpa nesse processo: “Falta uma consciência dos consumidores sobre os seus direitos e deveres”. A ausência de uma leitura apurada dos contratos seria a principal razão para as reclamações.
Outra questão: na hora de vender, muitos anunciam mais serviços do que o oferecido. Nesse caso, as operadoras devem rever o seu marketing para realizar um plano de expansão de forma mais consciente e sem frustrar tanto a sua clientela. Wanderlei conta que há um contrato padrão, com letras maiores, mas os clientes não costumam ler o que está escrito e isso provoca boa parte da frustração.
E quanto às multas? Nesse caso, o presidente da Associação afirma que esse é outro problema e reflete a forma de atuação da ANS. Ele diz que a
instituição normalmente abre processo administrativo e multa o plano depois das reclamações, mas há uma briga na justiça e os valores são questionados.
Diante dessa situação, em que nem a saúde pública ou a privada atendem às demandas, só resta uma saída: olhar os contratos e analisar o currículo de reclamações dos planos antes de contratar.
(O Povo)