Clever clap. Apesar do nome ser em inglês, esta é uma invenção 100% brasileira. Feita no Rio de Janeiro. O criador dela é Claudio Vollers.
Filho de pai alemão e mãe suíça, o carioca sempre esteve envolvido com a indústria de plásticos. Mas há algum tempo, é responsável pela área de pesquisas e desenvolvimento da empresa em que trabalha. Foi lá que ele e uma equipe de designers decidiram criar um produto que gerasse solução para um problema socioambiental: escolheram desenvolver uma embalagem inovadora que pudesse ser reutilizada e não tivesse como destino o lixo, poluindo oceanos e meio ambiente.
Depois de dois anos e meio de pesquisas e testes, nasceu a clever clap. “Para nós este é um produto sustentável. Ele é ecologicamente correto com o planeta, bom para a sociedade e economicamente viável”, garante Vollers.
A grande sacada da tampinha colorida, que se encaixa perfeitamente em qualquer gargalo de garrafa, é ser também um bloco de montagem. “É um produto concebido para ter duas vidas”, explica o criador.
Basta um pouco de imaginação para criar os mais diferentes objetos com os bloquinhos. Porta-canetas, bancos, luminárias, brinquedos. Aliás, a tampa é compatível com lego. Como a patente dos famosos blocos escandinavos já expirou, não há problema nenhum em comercializar produtos compatíveis com ela.
A empresa carioca também já está testando a clever clap para ser usada em outros produtos, como tubos de pasta de dente e embalagem tetrapack.
Lançada em 2014, rapidamente a invenção atraiu atenção mundial. Foi premiada em duas categorias – bebidas e formato embalagem – pela iF Design, na Alemanha, e eleita entre os 80 designs mais impactantes do mundo pelo London Design Museum. “Lá, a clever cap ficou ao lado do carro conceito da Volkswagen”, conta orgulhoso Claudio Vollers. Numa votação popular, realizada pelo museu britânico, a tampa/bloco de montar brasileira ficou em 4o lugar, entre os 80 objetos em exposição.
Para o criador da inovação, uma das mais importantes vantagens da tampa é estimular o conceito do reúso. Segundo ele, reciclar é uma ótima prática, mas ainda assim deixa pegada de carbono no planeta. O processo de reciclagem emite CO2 tanto durante o transporte de resíduos, como na utilização de energia elétrica para a compactação dos lixo em novos materiais. “Não estamos criando algo novo, mas fazendo uma inovação a partir de algo que já existe no mercado”, diz Vollers.
Ele garante que o preço da tampa é praticamente o mesmo de uma convencional. Para a fabricação, não é necessário nenhuma máquina especial, mas o mesmo equipamento utilizado na produção de tampas comuns. Em março, uma fabricante de água mineral de São Paulo começa a comercializar suas garrafas com a clever cap. E em breve, outra empresa do Ceará, promete levar as tampinhas de montar para a região nordeste.
Outras marcas internacionais – da Alemanha, Japão, Coréia do Sul e Estados Unidos, já mostraram interesse na invenção brasileira. Mas os cariocas querem estrear a inovação primeiro no mercado nacional para somente depois alçarem voos mais altos. Prêmios já receberam, agora é torcer para que os fabricantes de bebidas curtam tanto quanto nós esta novidade divertida e sustentável.
(Planeta Sustentável)