sábado, 7 de março de 2015

Terapia de reposição hormonal pode aumentar chances de câncer de ovário, segundo pesquisa


Mulheres que fazem terapia de reposição hormonal (TRH) durante a menopausa correm risco de desenvolver câncer de ovário, segundo pesquisadores da Universidade de Oxford.

A descoberta, com base em uma grande revisão de evidências já existentes, sugere que os perigos são ligeiramente maiores do que se pensava, embora especialistas tenham dito não haver razão para as mulheres deixarem de fazer a terapia.

O uso de TRH por apenas alguns anos estava relacionado a um crescimento de 40% do risco de câncer de ovário, diz o estudo. Já a orientação vigente no Reino Unido, que está sendo revisada, reconhece o risco com uso a longo prazo.

O risco real ainda é pequeno. Segundo os dados, para as mulheres que tomam TRH por cinco anos a partir de cerca de 50 anos de idade, quando a menopausa geralmente começa, há cerca de um caso adicional de câncer de ovário para cada 1.000 mulheres, e uma morte por câncer de ovário extra para cada 1.700 mulheres.

Centenas de milhares de mulheres usam TRH no Reino Unido. O estudo constatou os efeitos sobre o risco de câncer foram os mesmos para os dois tipos principais de TRH - aqueles que contêm o hormônio estrogênio e aqueles que contêm estrógeno e progestágeno.

A co-autora do estudo, Dame Valerie Beral, disse que as descobertas têm implicações para as diretrizes nacionais e internacionais em torno do TRH.

- O risco definitivo de câncer de ovário, mesmo com menos de cinco anos de uso, é totalmente relevante para os padrões de uso vigentes - disse ela.

O estudo foi realizado pelo Grupo de Colaboração Internacional em Estudos Epidemiológicos de câncer de ovário, organizado pela Universidade de Oxford, e foi publicado na revista "The Lancet".

O órgãos reguladores de drogas no Reino Unido disseram que iriam avaliar os resultados.
 
A vice-diretora da Agência de Medicamentos e Produtos de Saúde, Sarah Branch, comentou as recomendações já existentes:

- Nosso conselho sempre foi de que a menor dose eficaz de TRH fosse usada durante o menor tempo possível. A decisão de iniciar, continuar ou parar o tratamento deve ser tomada em conjunto entre a mulher e seu médico, com base nos melhores pareceres disponíveis e suas próprias circunstâncias pessoais, incluindo sua idade, sua necessidade de tratamento e seus fatores de risco médico.

Cerca de 7.100 mulheres são diagnosticadas com câncer de ovário no Reino Unido a cada ano.


(O Globo)