Como então nosso organismo consegue nos defender e eliminar estas toxinas? Graças a existência de um órgão nobre: nosso fígado! Cabe a ele esta tarefa. Mas como? Imagine o fígado como uma grande central que recebe todas as substâncias que são absorvidas pelo intestino, pulmão, pele e todas elas obrigatoriamente terão que passar por ele. Já dentro do fígado, estas substâncias são reconhecidas pelos hepatócitos (células do fígado) como potencialmente tóxicas para nosso corpo e à partir daí uma série de reações bioquímicas irão ocorrer para transformar estas substâncias agressivas em substâncias atóxicas, ou seja, já não mais capazes de intoxicar nosso organismo. À este mecanismo (bastante complexo por sinal) dá-se o nome de detoxificação ou destoxificação hepática.
Porém, para que o fígado realize este processo de limpeza, várias enzimas específicas deverão ser produzidas para esta finalidade e muitas delas dependerão de determinados nutrientes para funcionarem sendo os mais importantes os compostos sulfidrílicos (ou cisteínicos ou enxofrados) como glicosinolatos e S-metil-cisteína-sulfóxidos. Quais alimentos, então, são boas fontes destes nutrientes? Veja a lista:
- Alho, alho-poró,salsão
- Cebola
- Agrião, rúcula, couve, brócolis (e outros vegetais verdes escuros)
- Cardamomo, cúrcuma, coentro, gengibre, mostarda
- Cogumelos comestíveis
- Repolho, couve flor, couve de Bruxelas
- Nabo,rabanete.
Mas não se empolgue em se entupir destes alimentos acreditando que a detoxificação do seu organismo está garantida estando liberado chutar o balde e se expor à todas as toxinas ambientais e internas sem preocupação. Infelizmente a capacidade do fígado em nos proteger é literalmente auto-limitada, ou seja, o fígado produz quantidades limitadas das enzimas que entram no processo de detoxificação e por mais que haja grande disponibilidade de compostos sulfidrílicos dentro das células hepáticas (hepatócitos) existe um limite máximo na produção destas enzimas. É o que a bioquímica chama de fator limitante ou também de processos saturáveis. Quando as quantidades de metabólitos tóxicos que circulam em nosso sangue são maiores que a capacidade de detoxificação hepática poderemos ter prejuízos sérios e riscos de doenças.
Para então realmente facilitarmos a "limpeza" do nosso organismo temos que limitar a exposição à fatores tóxicos e caprichar nos alimentos fontes de compostos sulfidrílicos e aí sim haverá uma eficiência diária das nossas defesas. Vamos então fazer a tarefa de casa para favorecer a detoxificação? Diminua ou pare os seguintes hábitos:
- Tabagismo
- Bebidas alcoólicas
- Molhos prontos industrializados
- Alimentos embutidos
- Alimentos ricos em corantes e conservantes
- Alimentos com agrotóxicos ( prefira alimentos orgânicos)
- Gordura hidrogenada
- Frituras
- Excesso de gordura animal
- Cafeína em excesso.
Para suas defesas capriche nos alimentos detoxificantes como os citados acima. Quer dicas práticas para o dia a dia? É mais simples do que você imagina:
- Incremente seu café da manhã com um suco de fruta batido com couve ou rúcula ou agrião. Pode acrescentar um pouquinho de gengibre também. Mas não o coe para não perder as fibras que são importantes para a saúde intestinal
- Não deixe de usar cebola e alho (simples né!) no preparo dos alimentos do almoço e jantar. Aquela salada bem colorida e com folhas verdes escuras, acompanhada de brócolis refogado te dá muitos compostos sulfidrílicos. Esta salada deve acompanhar sempre seu almoço e jantar. Para não ficar monótono alterne com outras escolhas como couve-flor, nabo, rabanete, cogumelos comestíveis, coentro, alho poró, cardamomo e cúrcuma.
Aprendido o dever de casa agora é só começar. Boa detoxificação à todos os leitores e lembre: saúde não se compra, se conquista!
(Minha Vida)