Pequim vai divulgar novas regras sem precedentes sobre como a capital da China deve reagir à perigosa poluição do ar, informou a agência de notícias oficial Xinhua, enquanto a deterioração da qualidade do ar ameaça tornar-se um ponto para uma maior insatisfação política.
As regras vão formalizar medidas pontuais anteriores, incluindo o fechamento de fábricas, corte na queima de carvão e a proibição de certas classes de veículos nas estradas nos dias em que a poluição atingir níveis inaceitáveis.
A qualidade do ar em Pequim, que por muitos dias ficou em graus de magnitude abaixo de padrões mínimos internacionais, é uma preocupação crescente para a liderança da China porque intensifica o ressentimento popular com privilégios políticos e a crescente desigualdade na segunda maior economia mundial.
A mídia nacional divulgou histórias que descrevem os purificadores de ar caros de que funcionários do governo desfrutam em suas casas e escritórios, ao lado de relatos de fazendas orgânicas especiais para que esses funcionários não precisem correr o risco de sofrer com os recorrentes escândalos de segurança de alimentos.
As taxas de câncer de pulmão na cidade cresceram até 60 por cento na última década, de acordo com uma reportagem do estatal China Daily em 2011, mesmo com a incidência do tabagismo reduzida.
A poluição também tem dissuadido os estrangeiros de viver e de trabalhar na cidade. Agora, parece que o governo adotou uma abordagem mais transparente para resolver o problema do que no passado.
Funcionários já tentaram mascarar a qualidade do ar da cidade, não incluindo leituras de PM2.5 (que mede partículas com um diâmetro de 2,5 micrômetros) em relatórios e referindo-se à poluição como "neblina" em relatórios meteorológicos. Um funcionário acusou a embaixada dos EUA em Pequim de se intrometer em assuntos internos da China ao publicar suas próprias leituras de PM2.5 online. Mas, desta vez, a mídia estatal parece ter sido liberada para cobrir a poluição como um grande problema.
Fonte: Reuters