O aprendizado está diretamente ligado a uma boa alimentação. A fome ou a ingestão de alimentos pobres em energia, vitaminas e minerais ou até mesmo o jejum atrapalham e muito o raciocínio, segundo especialistas. Por isso, nesse período de volta às aulas, o Ministério da Saúde chama atenção para a importância de os pais estarem mais atentos à alimentação dos pequenos.
Segundo a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime, a alimentação saudável é fundamental para o grau de concentração da criança, o que impacta na capacidade de assimilar o conhecimento e de participar das atividades em sala de aula. Por isso, Patrícia Jaime reforça que a criança não deve ir para escola sem ter se alimentado corretamente.
De acordo com a coordenadora-geral, o ideal é que a criança tenha cinco refeições ao dia e que não fique sem se alimentar por um intervalo maior do que quatro horas: “Que ela se alimente antes de ir para escola, no café da manhã, que no meio da manhã ela consuma algum alimento, mas que esse lanche no meio da manhã ele não precisa ser um lanche completo que tenha todos os grupos de alimento. Uma porção de fruta, um iogurte já é suficiente para trazer um aporte calórico para essa criança para que ela venha a receber uma alimentação mais completa com frutas, verduras, legumes, cereais, carnes na refeição principal que é o almoço.”
O jornalista Marcelo Ferraz sabe bem disso. Por isso, sempre acorda o filho, de nove anos, mais cedo para dar tempo de tomar um bom café da manhã antes de ir para escola: “A preocupação com a alimentação dele é muito grande. A gente tenta acordá-lo um pouco mais cedo, pois estuda de manhã. Tentamos dar um café da manhã reforçado porque sabemos que, chegando em sala de aula, a exigência é cada vez maior, as matérias são puxadas, educação física, uma série de atividades que a criança precisa estar preparada para isso. É claro que a maioria das crianças tem uma certa resistência no início em se alimentar corretamente, mas cabe aos pais insistirem e tentar estimular o gosto da criança pela alimentação e aos pouquinhos a gente chega lá.”
Para combater a anemia nutricional infantil, o Ministério da Saúde, por meio do programa Brasil Carinhoso, ampliou seu programa de distribuição de vitamina A e de sulfato ferroso. Para se ter uma ideia, numa ação de reforço feita no fim do ano passado, mais de 700 mil crianças receberam a suplementação de vitamina A durante a campanha de vacinação. A falta de vitamina A é a principal causa de cegueira evitável no mundo, além de estar associada a 23% das mortes por diarreia em crianças.
Fonte: Hortência Guedes / Web Rádio Saúde