A NHO 09 estabelece o valor de nível de ação, que mostra quando medidas preventivas devem ser tomadas. É preciso monitorar periodicamente a exposição, informar e orientar os trabalhadores, além de implementar controle médico com foco no agente. Adotar velocidades adequadas no uso de veículos; evitar, dentro do possível, superfícies irregulares; e ajustar o assento do veículo em relação ao posicionamento e ao peso do usuário são outras ações necessárias.
Quando se ultrapassa o valor do nível de ação, as vibrações de corpo inteiro podem causar problemas de saúde, principalmente os relacionados à coluna vertebral, como as lombalgias. A ocorrência do adoecimento depende das condições dos equipamentos e veículos, da pavimentação, do modo de operação e das susceptibilidades individuais.
Já as vibrações de mãos e braços são responsáveis pela ocorrência da Síndrome da Vibração em Mãos e Braços - SVMB, que se refere a um conjunto de sintomas de ordem vascular, neurológica, osteoarticular e muscular. Esse agente está presente em atividades que utilizam ferramentas manuais vibratórias.
É o caso de ferramentas manuais motorizadas para limpeza e acabamento de peças, furação, rebarbação, corte e polimento utilizadas na metalurgia, mecânica, atividades florestais, eletroeletrônica, mineração e construção civil. São lixadeiras, politrizes, rebitadeiras, parafusadeiras, marteletes, motosserras, britadores, compactadores e serras.
A NHO 10 mostra a necessidade de se orientar os trabalhadores sobre cuidados e procedimentos recomendáveis para redução da exposição. Deve-se, por exemplo, utilizar o mínimo de força de preensão na sustentação e no deslocamento da ferramenta. Também é importante que o operador procure ajuda médica sempre que sentir nas mãos, de forma contínua, formigamentos, dormências intensas ou dor.
As Normas de Higiene Ocupacional (NHO) são uma continuação da série de normas técnicas denominadas anteriormente de Normas de Higiene do Trabalho (NHT), iniciada na década de 1980. Na época, a vibração não foi retratada. A abordagem atual desse agente alia a experiência acumulada por técnicos da Fundacentro a conceitos utilizados internacionalmente. "Essas normas não têm caráter legal, exceto quando citadas em lei. São orientativas e ajudam os profissionais na avaliação e prevenção de riscos", explica o tecnologista sênior da Fundacentro, Irlon de Ângelo da Cunha. Ele, que é engenheiro de segurança, escreveu as normas com o físico e tecnologista Eduardo Giampaoli.
As obras podem ser acessadas no site da Fundacentro:
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/Publicacao/NHO_09_portal.pdf
Vale lembrar que a Fundacentro aborda a questão da vibração nos cursos de fundamentos de higiene, previstos para junho e novembro deste ano, em São Paulo. Também será realizado um curso específico sobre ruído e vibração no mesmo local e outro sobre vibração no Paraná.
Fonte: Fundacentro