quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ao comemorar 25 anos Proteção conta como se tornou o veículo de SST de maior circulação no país

Neste mês, a Revista Proteção completa 25 anos. Desde a primeira edição, que circulou em dezembro de 1987, a publicação mantém seu objetivo principal: tratar com respeito e ética os temas ligados ao setor prevencionista. A aceitação do público leitor - formado em grande parte por técnicos e engenheiros de segurança, médicos e enfermeiros do Trabalho - é o principal indicador da importância que a publicação tem na formação e atuação destes profissionais.

Revista Proteção surgiu em um momento de mudanças na forma de pensar a Saúde e Segurança no Brasil. Na década de 80, o te­ma passou a ser visto com mais severidade por parte das autoridades, principalmente do Governo Federal. Um ano antes do surgi­men­to da Revista, programas de Saúde do Trabalhador começaram a ser criados em vários estados brasileiros e tiveram seu momento mais destacado com a VIII Conferência Nacional de Saúde realizada em março de 1986 em Brasília.

Em dezembro daquele ano foi convocada a I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, que congregou sindicalistas, técnicos da área de saúde e de outras afins, universidades e comunidade em geral. Naquele ano, o Brasil registrava mais de 1 milhão de acidentes de trabalho, sobre uma população trabalhadora de 30 milhões.

As iniciativas do Governo levaram ao crescimento da utilização de equipamentos de proteção. Esta tendência chamou a atenção de uma das maiores fabricantes de biqueiras de metal e de outros componentes para calçados de segurança do país, o Grupo Plínio Fleck Ltda., localizado até hoje em Campo Bom/RS, em um dos mais importantes polos calçadistas brasileiros.

Seus dirigentes viram a oportunidade de criar um instrumento de comunicação que, ao mesmo tempo em que divulgasse seus produtos, também promovesse os novos conceitos de segurança que estavam emergindo. Um dos diretores do Grupo, Martinho Fleck, liderou a iniciativa, criando u­ma revista intitulada Pro­teção. Seu primeiro passo foi contratar jornalistas conceituados para a elaboração do seu conteúdo. Alexandre Gusmão, atual diretor da Revista, diz que a linha jornalística adotada desde a primeira edição norteia a pauta em assuntos que passam ao largo do interesse puramente co­mer­cial, dedicando-se aos grandes temas ligados à SST.

Primeira edição
Em dezembro de 1987 circulava a primeira edição da Revista, com uma tiragem de 10 mil exemplares e periodicidade semestral. O tema principal do primeiro número foi a tradução da Norma DIN 4843, que tratava sobre o processo da fabricação de calçados de segurança. Tema este lembrado como um dos fatos mais marcantes da Revista pelo presidente da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho), Jorge Smilgys.

Ele guarda até hoje, em sua estante pessoal, um exemplar dessa edição. Na capa, abaixo da palavra Proteção, a frase curta resumia a proposta da publicação: "Uma revista dirigida à Saúde e à Segurança do Trabalhador".

A primeira entrevista também im­pactou o setor. Com exclusividade pa­ra os jornalistas da Proteção, o ­então ministro do Trabalho, Almir Pazzia­notto, reconhecia a ausência do Estado no acompanhamento dos acidentes de trabalho, principalmente em locais de conflito e distantes dos grandes centros, co­mo as zonas de garimpo e as áreas ru­rais.

Em 1988, a Reforma Constitucional definiu a Saúde e o Trabalho como direitos de cidadania e a segunda e­dição da Revista, que circulou no segundo semestre daquele ano, apresentou uma inédita mesa-redonda. A pauta foi a discussão sobre a credibi­lidade do CA (Certificado de Aprovação) para garantir a qualidade e a efetividade dos Equipamentos de Pro­teção Individual, publicando também a legislação sobre os EPIs.

A reação dos leitores foi imediata. As cartas-respostas enviadas à redação destacavam a importância do conteúdo considerado como importante e atual. O leitor Osmair dos Santos, que está entre os primeiros assinantes que enviavam seus comentários à seção Leitor, naquela época trabalhava na COPEL, em Curitiba/PR. "O sistema misto de entrevista e de assuntos técnicos oferecidos pela Revista torna a leitura agradável e interessante, constituindo-se em uma fon­te de consulta", escreveu.

Sérgio Bonacini, da Esso Brasileira de Petróleo S/A, também leitor assíduo desde os primeiros exemplares, destacava a excelência do conteúdo "e que o utilizava nas reuniões mensais da companhia". Surgia então um dos principais trunfos da Revista para publicar temas relevantes e atuais: a relação direta com o assinante/leitor e com os colaboradores.

Em 1991, o Grupo Plínio Fleck decidiu concentrar suas atenções nos produtos voltados ao mercado cal­çadista e vendeu o título da publicação para o atual diretor da Revista, o jornalista Alexandre Gusmão. A equipe foi ampliada e aumentar o espaço de trabalho tornou-se inevitável. A sede da Revista passou então a ser a cidade de Novo Hamburgo/RS.

Devido à a­ceitação do veículo pelo mercado de SST, a circulação já tinha passado a trimestral em 1990. Em 1992, com mais estrutura de apoio, houve nova modificação e começou a ser editada a cada dois meses. E em abril de 1994, consolidada como instrumento de informação, definiu-se pela sua circulação mensal.

Leitor como aliado
Um dos diferenciais da Revista Pro­teção é a sintonia com o leitor, considerado desde o início do projeto como o personagem principal da publicação. É a partir das manifestações dos mais de 15 mil assinantes e fontes que a equipe de redação define assuntos que podem compor o conteúdo de futuras publicações.

O diretor Alexandre Gusmão pontua que a interação com os leitores sempre foi fundamental na elaboração da publicação, mesmo quando o uso da Internet não era comum. Ele recorda que a primeira edição da Revista, em 1987, recebeu mais de duas mil cartas-respostas, um número considerado surpreendente, ainda mais que na época eram enviadas pelo correio.

Atualmente, a comunicação entre público e Revista é feita com diversas ferramentas, com destaque para os e-mails, seguido de con­tato telefônico ou mídias so­ciais. Os retornos dos leitores são analisados e com base nas suas sugestões é produzida a cada mês uma revista o mais próxima possível das necessidades do mercado.

Segundo a editora da Revista Proteção, Daniela Bossle, os leitores são muito participativos e, através das suas manifestações, tornam-se um termômetro que mede o impacto do conteúdo produzido. "Eles manifestam-se tanto para indicar temas relevantes à sua realidade, como para discordar ou mesmo questionar quando não entenderam algo que foi publi­cado. O público se importa em in­te­ragir porque gosta da Revista e é com a sua ajuda que procuramos fazê-la cada vez melhor", enfatiza.


Fonte: Revista Proteção