Ratos
alimentados com alimentos transgênicos morrem antes do previsto e sofrem de
câncer com mais frequência do que os outros animais da espécie, destaca um
estudo publicado nesta quarta-feira (19) pela revista Food
and Chemical Toxicology.
"Os
resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou
três vezes maior entre as fêmeas tratadas com organismos geneticamente
modificados [OGM]. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados
dos dois sexos", explicou Gilles-Eric Seralini, coordenador do estudo e
professor da Universidade de Caen, na França.
O milho
transgênico (NK603) e o herbicida são produtos do grupo americano Monsanto,
comercializados em vários países. No Brasil, amostras foram aprovadas em
setembro de 2008 pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança),
órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e, no começo de 2009, o
Ministério da Agricultura aprovou o registro de doze híbridos de milho com a
tecnologia Roundup. O certificado de biossegurança foi aprovado pela comissão
em novembro de 2010.
Segundo
o estudo francês, 50% dos machos e 70% das fêmeas dos três grupos morreram
prematuramente, contra 30% e 20%, respectivamente, do grupo de controle. Os
tumores na pele e nos rins aparecem até 600 dias antes nos machos do que no
grupo de controle. No caso das fêmeas, os tumores nas glândulas mamárias
aparecem uma média de 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos. A
hipófise foi o segundo órgão que mais sofreu alterações prejudiciais no período
de testes – é ela quem produz hormônios importantes para o organismo, o que a
torna a glândula principal do sistema nervoso.
"Os
resultados revelam uma mortalidade muito mais rápida e importante durante o
consumo dos produtos", afirmou Seralini, cientista que integra comissões
oficiais sobre os alimentos transgênicos em diversos países. “O primeiro rato
macho alimentado com OGM morreu um ano antes do rato indicador (que não se
alimenta com OGM). A primeira fêmea oito meses antes. No 17º mês foram
observados cinco vezes mais machos mortos alimentados com milho OGM”, explica o
cientista.
"Pela
primeira vez no mundo, um transgênico e um pesticida foram estudados por seu
impacto na saúde a mais longo prazo do que haviam feito até agora as agências
de saúde, os governos e as indústrias", disse o coordenador do estudo.
Fonte: UOL Notícias