O Instituto de Tecnologia em Fármacos, Farmanguinhos, ligado a Fundação Oswaldo Cruz, inicia a distribuição por meio do SUS do pramipexol genérico, medicamento usado no tratamento da doença de Parkinson, problema do sistema nervoso central que afeta a capacidade do cérebro de controlar movimentos. A tecnologia para a produção do medicamento no Brasil foi repassada por uma companhia farmacêutica alemã, por meio de Parceria de Desenvolvimento Produtivo.
Nesta primeira etapa, o medicamento será fabricado na Alemanha com a embalagem da Farmanguinhos. Até 2015, o Instituto produzirá metade da demanda nacional e a previsão é que em 2017 o remédio seja totalmente produzido no Brasil. Além de beneficiar cerca de 20 mil pessoas que sofrem com a doença de Parkinson, a iniciativa vai gerar uma economia de 90 milhões de reais aos cofres públicos durante os cinco anos de acordo de transferência tecnológica.
Segundo o diretor executivo da Farmanguinhos, Hayne Felipe Silva, a produção nacional vai ampliar o acesso da população que precisa do medicamento: “Por ele ser um padrão ouro ele é utilizado nos casos de maior severidade da doença, estima-se ter mais que 200 mil pessoas com mal de Parkinson no Brasil e, somente 10% delas fazem uso do pramipexol pelo alto valor agregado dele, então, ele é usado hoje com certa limitação até em função do custo, a nossa entrada vai ajudar bastante porque ele vai ser um ótimo recurso que poderá ser ampliado para vários pacientes.”
O diretor executivo da Farmanguinhos diz que um dos objetivos do acordo é o fortalecimento da indústria farmoquímica nacional, diminuindo assim a dependência internacional. “Essas parcerias têm duas dimensões importantes uma que é a social, a economia do gasto e ampliação do acesso à população e a tecnológica que é a incorporação das técnicas de produção do medicamento e do insumo ativo no nosso País com a possibilidade disso no futuro você avançar para inovação de drogas que hoje não existem, seriam descobertas transformariam em novos medicamentos e para isso é importante ter uma indústria ativa.”
Os sintomas da doença de Parkinson surgem a partir dos 50 anos de idade. Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que no Brasil, a estimativa é de que pelo menos 200 mil pessoas tenham o problema.
Fonte: Hortência Guedes / Web Rádio Saúde