segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Saiba como usar o extintor correto para cada tipo de incêndio

Rótulo de extintor de incêndio mostra composição
e uso adequado do material (Foto: Isabela Leite/G1)
O incêndio em uma boate de Santa Maria (RS), que matou centenas de pessoas no início do ano, trouxe à tona itens de segurança muitas vezes ignorados ou desconhecidos em relação ao combate ao fogo. Instalá-lo no local correto e saber os diferentes tipos de uso para cada situação de fogo pode ser decisivo no combate às chamas. 

Cada situação de foco de incêndio necessita um determinado tipo de extintor. As informações sobre a substância armazenada e os diferentes usos em caso de incêndio devem estar no rótulo do extintor. De acordo com o engenheiro de combate ao incêndio Wagner Nespoli, antes da escolha do extintor e o local onde o item de segurança deve ser instalado, é preciso a realização de um projeto, considerando a área do imóvel, materiais e número de pessoas.

"Se a área for maior que 750 metros quadrados, por exemplo, é preciso ter um sistema fixo de combate ao incêndio, como alarme, brigada e também hidrantes", exemplifica. O projeto deve seguir as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Corpo de Bombeiros. Após ser implantado, um especialista deve retornar ao imóvel para fazer a pré-vistoria e verificar se a instalação foi feita da forma correta.

Com isso, é emitida a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), quando o engenheiro se responsabiliza pelo sistema de combate a incêndio. A vistoria do Corpo de Bombeiros para a emissão do laudo pela corporação e do alvará deve ser solicitada em seguida.

Além da instalação, outros cuidados são importantes, segundo o Corpo de Bombeiros. “O indicador deve estar sempre na posição verde, o que significa que o extintor está carregado, e o equipamento deve estar lacrado e possuir o selo do Inmetro, que é quem fiscaliza as empresas que fazem a manutenção”, explicou o tenente da corporação Bruno Gobbo.
Para cada situação de incêndio e material que está em chamas existe um tipo de extintor. É importante ter conhecimento dessas informações para manipulá-lo da forma correta e evitar acidentes ainda piores. Em outros casos, como fogo de material elétrico energizado, a água não pode ser usada para o combate ao fogo, porque é condutora de eletricidade, podendo aumentar o incêndio, assim como produtos químicos, como pó de alumínio, magnésio, carbonato de potássio, pois com a água reagem de forma a aumentar os riscos.

O engenheiro de combate ao incêndio Wagner Nespoli afirma que uma nova tendência no mercado é um extintor que pode combater fogo em madeira, papel, tecido, materiais sólidos em geral (classe A), líquido inflamáveis (classe B) e equipamento elétrico energizado (classe C). Além de ser menor e mais fácil de ser manuseado, é mais leve e possibilita que qualquer pessoa use (veja abaixo os tipos mais comuns de extintor).

- Extintor com água pressurizada: indicado para incêndios de classe A (madeira, papel, tecido, materiais sólidos em geral). A água age por resfriamento e abafamento, dependendo da maneira como é aplicada.

- Extintor com gás carbônico: indicado para incêndios de classe C (equipamento elétrico energizado), por não ser condutor de eletricidade. Pode ser usado também em incêndios de classes A e B.

- Extintor com pó químico seco: indicado para incêndio de classe B (líquido inflamáveis). Age por abafamento. Pode ser usado também em incêndios de classes A e C.

- Extintor com pó químico especial: indicado para incêndios de classe D (metais inflamáveis). Age por abafamento.

Extintores de água e gás carbônico em empresa de Campinas (Foto: Isabela Leite/G1 Campinas)


Fonte: G1