segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Vícios posturais afetam desempenho dos profissionais no trabalho

Após um dia de trabalho, não está aguentando de dor nas costas? E a sola do pé, tem doído com mais frequência? É bom começar a prestar atenção, pois esses e outros sintomas, como cansaço, tendinites e problemas de circulação, podem ser consequência de má postura diária e no trabalho, onde passamos a maior parte do nosso tempo, esses problemas podem afetar o desempenho do profissional.

De acordo com a fisioterapeuta Ariane Pitrez, os vícios posturais no trabalho e suas consequências vão depender da atividade profissional e, por isso, é necessário um cuidado especial para cada caso. Quando os funcionários que trabalham por muito tempo em pé ou sentados, a probabilidade de estressar e sobrecarregar a coluna é muito grande e, por isso, é importante fazer alongamentos periódicos durante a jornada de trabalho. 



Quando se trabalha sentado, por exemplo, é muito comum ter má postura, pois é o momento em que a pessoa está numa posição relaxada e nem percebe as compensações que o próprio corpo busca para o posicionamento errado da coluna, explica a especialista.

— Tais compensações, ou os famosos vícios posturais, à medida que se instalam em nosso corpo, se não estivermos atentos a eles e revertermos nossa posição quase que instantaneamente, pode até acarretar uma lesão crônica e mais difícil de ser tratada — alerta Ariane.

Dentre essas compensações, uma das mais comuns é a inversão da coluna lombar, numa posição em que as vértebras ficam mais sobressalentes e mais fáceis de serem tocadas (posição cifócita). Essa postura inadequada, sendo repetida diariamente, pode acarretar, além de dores musculares, uma lesão grave como a hérnia de disco, explica a fisioterapeuta. Outros exemplos de danos causados por má postura são as artrites, bursites e tendinites.

De acordo com a especialista, além de lotarem os consultórios médicos, tais patologias são responsáveis pelo grande volume de licenças médicas e consequente afastamento temporário dos profissionais das empresas. Por isso, tanto o empregado como a empresa devem estar atentos ao aparecimento dos primeiros sinais de que a coisa não anda bem e intervir o quanto antes para o problema não aumentar. E o primeiro sintoma de uma lesão querendo se instalar ou até mesmo já instalada é a dor ou o desconforto, alerta Ariane. As dores, sejam nas costas, quadris, nuca e até pernas, são a resposta que o corpo dá por exigir demais das articulações e musculaturas localizadas ao longo da espinha dorsal.

— O melhor rendimento de um profissional acontece se ele estiver bem, sem dor. Por isso, o tratamento preventivo é de inteira importância para o funcionário e a organização. E qualquer intervenção tem resposta mais rápida se vista desde o início.

A fisioterapeuta ressalta que o bem-estar e saúde dos empregados têm sido uma preocupação constante dentro das organizações, que vêm investindo em programas de conscientização e prevenção, assim como na melhora do mobiliário, atendendo às regras de ergonomia. O resultado dessas práticas, além de melhor qualidade de vida e bem-estar, é maior desempenho profissional e maior produtividade:

— É importante que as empresas não só conscientizem os funcionários, mas também estejam conscientes da importância de um mobiliário adequado e da ginástica laboral, garantindo uma melhor qualidade de vida para o empregado e, consequentemente, melhor rendimento para ambos.

Dados do Ministério da Previdência Social mostram que as doenças no trabalho têm gerado gastos crescentes que, desde 2001, ultrapassam a marca anual de R$ 1 bilhão. Em janeiro de 2013, quase metade dos 383.027 benefícios concedidos no país a pessoas afastadas temporariamente do trabalho, excluindo as aposentadorias, foi de auxílio-doença: 189.494 no total. Em primeiro lugar, estão problemas de coluna e articulações, seguido de lesões como fraturas, traumatismos, ferimentos e intoxicações.

Fonte: O Globo