Um homem de 43 anos morreu na tarde deste sábado (8) após uma explosão em um navio ancorado às margens do Guaíba, na Zona Norte de Porto Alegre. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele trabalhava fazendo solda na embarcação que transporta produtos inflamáveis.
A embarcação transporta produtos inflamáveis e estava atracada em um estaleiro próximo à Arena do Grêmio, na Zona Norte da capital. O navio tem 10 tanques, separados um do outro. Os operários estavam soldando uma parte do navio quando houve a explosão, por volta das 15h30.
Segundo os bombeiros, 12 pessoas estavam no navio no momento do acidente. Mas no local da explosão só estava o soldador de 43 anos, que morreu no local. “O funcionário estava fazendo o serviço de solda quando houve a explosão. É um navio de carregamento de produtos químicos, aditivos a gasolina”, disse o major Elemar Linei de Mello Fernandes, dos bombeiros
A diretoria da empresa disse aos bombeiros que foram cumpridos todos os procedimentos de segurança para que o serviço fosse realizado. Mesmo assim, a Marinha e a Polícia Civil vão investigar as causas do acidente para verificar se houve falha ou possível negligência.
O pai do soldador foi ao local e reconheceu o corpo do filho. Ele disse que ensinou o filho a profissão e que não entendeu como aconteceu o acidente. Segundo ele, um dos procedimentos de segurança recomendados é a retirada de todo o gás da embarcação antes de soldar. "Eles falaram que desgaseificaram o tanque, que foi feito o teste. Mas eu que trabalhei em estaleiro, isso não está bem contado, isso nao foi um trabalho bem feito", disse Clovis Gonçalves de Souza.
Com a explosão, parte do navio virou um monte de ferro retorcido. A explosão foi tão forte que chegou a levantar parte da estrutura. Peritos e homens do Corpo de Bombeiros tiveram que se equilibrar para poder chegar ao local. Quem mora ou trabalha perto se assustou.
“Eu estava olhando a televisão e vi aquele estrondo. Tremeu a casa, todo mundo correu”, contou o soldador Dejanir Oli Marcelino. “Eu vi um estouro, balançou toda a casa, sai correndo para ver o que era e só vi aquela fumaceira grande”, completou o vigia Fernando Silva Pires.
Responsável pelo navio, a empresa Guarita divulgou um comunicado no qual lamentou a morte do funcionário. A empresa disse que solidariza com a família e já está "prestando todo o apoio necessário neste momento difícil".
No texto, a companhia também informou que o navio chegou à capital na sexta-feira (7) vindo do porto de Rio Grande sem nenhuma carga e que passou por "todos os procedimentos legais" para execução da manutenção, como liberação de emissão de PT (permissão de trabalho) e medição de explosividade, que teve resultado negativo. A empresa disse que vai apurar as causas do acidente e está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
Saiba mais sobre segurança em soldagem: ESAB
(G1)