domingo, 9 de novembro de 2014

Explosão em navio mata soldador às margens do Guaíba, em Porto Alegre

Um homem de 43 anos morreu na tarde deste sábado (8) após uma explosão em um navio ancorado às margens do Guaíba, na Zona Norte de Porto Alegre. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele trabalhava fazendo solda na embarcação que transporta produtos inflamáveis. 




A embarcação transporta produtos inflamáveis e estava atracada em um estaleiro próximo à Arena do Grêmio, na Zona Norte da capital. O navio tem 10 tanques, separados um do outro. Os operários estavam soldando uma parte do navio quando houve a explosão, por volta das 15h30.

Segundo os bombeiros, 12 pessoas estavam no navio no momento do acidente. Mas no local da explosão só estava o soldador de 43 anos, que morreu no local. “O funcionário estava fazendo o serviço de solda quando houve a explosão. É um navio de carregamento de produtos químicos, aditivos a gasolina”, disse o major Elemar Linei de Mello Fernandes, dos bombeiros

A diretoria da empresa disse aos bombeiros que foram cumpridos todos os procedimentos de segurança para que o serviço fosse realizado. Mesmo assim, a Marinha e a Polícia Civil vão investigar as causas do acidente para verificar se houve falha ou possível negligência.

O pai do soldador foi ao local e reconheceu o corpo do filho. Ele disse que ensinou o filho a profissão e que não entendeu como aconteceu o acidente. Segundo ele, um dos procedimentos de segurança recomendados é a retirada de todo o gás da embarcação antes de soldar. "Eles falaram que desgaseificaram o tanque, que foi feito o teste. Mas eu que trabalhei em estaleiro, isso não está bem contado, isso nao foi um trabalho bem feito", disse Clovis Gonçalves de Souza.

Com a explosão, parte do navio virou um monte de ferro retorcido. A explosão foi tão forte que chegou a levantar parte da estrutura. Peritos e homens do Corpo de Bombeiros tiveram que se equilibrar para poder chegar ao local. Quem mora ou trabalha perto se assustou.

“Eu estava olhando a televisão e vi aquele estrondo. Tremeu a casa, todo mundo correu”, contou o soldador Dejanir Oli Marcelino. “Eu vi um estouro, balançou toda a casa, sai correndo para ver o que era e só vi aquela fumaceira grande”, completou o vigia Fernando Silva Pires.

Responsável pelo navio, a empresa Guarita divulgou um comunicado no qual lamentou a morte do funcionário. A empresa disse que solidariza com a família e já está "prestando todo o apoio necessário neste momento difícil".

No texto, a companhia também informou que o navio chegou à capital na sexta-feira (7) vindo do porto de Rio Grande sem nenhuma carga e que passou por "todos os procedimentos legais" para execução da manutenção, como liberação de emissão de PT (permissão de trabalho) e medição de explosividade, que teve resultado negativo. A empresa disse que vai apurar as causas do acidente e está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.


Saiba mais sobre segurança em soldagem: ESAB

(G1)