quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Bactéria vilã do estômago pode ser benéfica contra obesidade

Uma bactéria do estômago acusada de causar problemas de saúde - tais como gastrite, úlcera e câncer gástrico - pode desempenhar um papel duplo, com poder de equilibrar a flora estomacal, controlar o peso do corpo e a tolerância à glicose, descobriram imunologistas do Instituto de Bioinformática de Virgínia, da Universidade Virgínia Tech, nos Estados Unidos.

Tida como vilã nos estudos sobre doenças do estômago, a Helicobacter pylori infecta cerca de metade da população do mundo, embora a maioria dos infectados não fique doente. Um número cada vez menor da bactéria em habitantes de países desenvolvidos coincide com a epidemia de obesidade e diabetes nestas regiões.

- O H. pylori é o membro dominante da microbiota gástrica e infecta cerca de metade da população mundial. Embora a infecção por H. pylori possa estar associada a doenças graves, ajuda a controlar doenças inflamatórias crónicas, alérgicas ou autoimunes - disse Josep Bassaganya-Riera, diretor do Laboratório de Imunologia Nutricional e Medicina Molecular e do Centro de Imunidade de modelagem para patógenos entéricos (MIEP, na sigla em inglês) na Virginia Tech. - Nós demonstramos pela primeira vez que a colonização gástrica por H. pylori exerce efeitos benéficos em rato de laboratório com obesidade e diabetes."

Durante os últimos 20 anos, a obesidade nos Estados Unidos aumentou drasticamente, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA. Cerca de 36% dos adultos norte-americanos e cerca de 17% dos jovens com idade entre 2 a 19 anos são obesos. A obesidade é o principal fator de risco para a diabetes tipo 2, e a incidência da doença aumentou em paralelo com as taxas de obesidade.

Camundongos infectados com H. pylori mostraram menos resistência à insulina do que os ratos ou camundongos não infectados, de acordo com o estudo, que foi recentemente publicado na “PLoS ONE”. Para a infecção ser considerada benéfica ou não, os cientistas acreditam que depende da interação entre a composição genética do H. pylori e da resposta imune do corpo infectado.

Fonte: O Globo