— Eles (CSN) estão há um ano sem nos informar o grau de contaminação de todo o terreno. Essa confirmação feita pelo Inea refere-se a apenas uma área. São 10 mil metros quadrados de poluentes, em níveis superficiais e profundos. É um dos casos mais graves que eu já vi no estado. Essas 750 pessoas devem sair imediatamente da área, e têm o direito de serem indenizadas pela CSN. O governador Sérgio Cabral foi avisado ontem (quarta-feira). Precisamos, no entanto, de análises clínicas e epidemiológicas para aferir quantas pessoas estão contaminadas — disse o secretário.
Minc disse que já notificou o MP – autor da ação inicial que investigava os contaminantes – e a Justiça sobre a situação. O secretário cobrou ainda da CSN a remoção do lixo siderúrgico enterrado irregularmente, a indenização e a análise clínica dos moradores.
Por meio de sua assessoria, a CSN informou que já realizou, sob supervisão dos órgãos ambientais, mais de “cinco amplos estudos nos últimos 13 anos” a respeito do Bairro Volta Grande IV e nenhum deles apontou perigo ou risco iminente à saúde dos moradores. A companhia acrescentou que não tem conhecimento do conteúdo do laudo divulgado hoje pela Secretaria do Ambiente do Rio.
A grave contaminação do terreno já havia sido denunciada pelo GLOBO. Em reportagem publicada no dia 14 de setembro, a promotora Flávia Brandão, do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público estadual, pediu a retirada de 2.200 pessoas do bairro. De acordo com o MP, durante 13 anos a siderúrgica acumulou resíduos perigosos num terreno vizinho ao loteamento, transformando a região num barril de pólvora.
A área onde o conjunto Volta Grande IV foi construído serviu como depósito de resíduos siderúrgicos entre 1986 e 1999. O descarte do material prosseguiu até depois que o terreno foi doado, em 1995, ao Sindicato dos Metalúrgicos, dois anos após a privatização da CSN. O empreendimento Volta Grande IV foi financiado pela Caixa Econômica Federal.
Fonte: O Globo