quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Estudo desvenda mecanismos pelos quais gene predispõe ao Alzheimer

Neurônios afetados pela doença de Alzheimer
(Foto: Faculdade de Medicina de San Diego/
Universidade da Califórnia /Nature / Divulgação)
O desenvolvimento tardio de Alzheimer está fortemente ligado a um gene denominado APOE4. Quem possui essa variação genética tem até 10 vezes mais risco de desenvolver a doença em idades avançadas. Agora, pesquisadores revelaram detalhes sobre o mecanismo pelo qual esse gene interfere na fisiologia do cérebro, levando à doença.

Os resultados foram publicados mês passado na revista “Nature”. Para desenvolver o estudo, cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, questionaram se os mecanismos moleculares que levam ao Alzheimer tardio são diferentes entre pessoas que carregam a mutação APOE4 e pessoas que não têm essa variante genética.

Em seguida, os autores fizeram análises comparativas entre indivíduos saudáveis portadores do gene APOE4 e indivíduos que desenvolveram o Alzheimer de forma tardia (tanto os que também possuíam o gene APOE4 quanto os que não possuíam a variante genética).

Como resultado, os pesquisadores demonstraram que o padrão da expressão do gene no cérebro dos portadores do APOE4 tem muitas semelhanças com os padrões de expressão genética nos pacientes com Alzheimer. Eles sugerem, assim, que esse perfil alterado pode ser uma indicação precoce da doença.

O grupo de pesquisa também testou, em cultura de células, a droga levetiracetam, que demonstrou ser capaz de inibir os genes identificados pelo estudo. A droga, que atualmente é utilizada para tratar convulsões, pode ser estudada mais profundamente para esse propósito no futuro.

“Outra conclusão desse trabalho é a demonstração de que formas genéticas diferentes ou subtipos da doença de Alzheimer podem ter mecanismos subjacentes específicos e responder de maneira distinta a tratamentos”, diz o artigo escrito pelos pesquisadores Vivek Swarup e Daniel H. Geschwind, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), também publicado na "Nature". Eles concluem que, assim como no câncer, terapias baseadas em diagnósticos genéticos ou genômicos podem ser mais eficazes também contra o Alzheimer.

Fonte: Bem Estar