Cientistas espanhóis descobriram um catalisador que usa a luz solar para conduzir uma reação química essencial para a indústria produzir hidrogênio. E, além de usar a energia solar, a reação ocorre a temperatura ambiente.
O hidrogênio é um portador de energia alternativa limpo e eficiente - sua "queima" para a geração de eletricidade em células a combustível para impulsionar um carro elétrico, por exemplo, gera apenas água no cano de escapamento. No entanto, como o hidrogênio normalmente não existe isolado na natureza, ele deve ser liberado a partir de compostos que o contenham, como a água.
Em nível industrial, a maior parte do hidrogênio é produzida pela reação de reforma do vapor. O metano reage com o vapor a altas temperaturas, produzindo hidrogênio (H2), monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2). Em uma reação posterior, chamada WGS (sigla em inglês para reação de transferência água-gás), o CO e o vapor reagem novamente para produzir CO2 e mais H2. Esta etapa requer temperaturas de cerca de 350 °C e um catalisador à base de um óxido de ferro ou de cobre. Ou seja, o limpo hidrogênio ainda tem um combustível fóssil e um grande gasto de energia em seu berço industrial.
Francesc Sastre e seus colegas da Universidade Politécnica de Valência agora descobriram que o dióxido de titânio enriquecido com nanopartículas de ouro pode catalisar a reação WGS com grande eficiência, mediante a irradiação com luz visível.
Isso é um tanto surpreendente, já que é a primeira evidência experimental da química WGS acionada por fótons - os cientistas são sinceros em dizer que ainda não compreendem o mecanismo que faz a coisa funcionar. Mas, o que é importante é que ela funciona. Não ainda em um nível de rendimento que permita competir com o processo industrial, mas os pesquisadores afirmam que este aumento de eficiência é o objetivo da próxima etapa do seu trabalho.
Fonte: Inovação Tecnológica