quinta-feira, 2 de abril de 2015

Estudo aponta que 2,4 bilhões de pessoas no mundo têm cáries não tratadas

As cáries não tratadas podem causar dor extrema, infecções e até a perda de dentes, mas parece que muitos não se preocupam com isso, ao menos é o que sugere estudo publicado no “Journal of Dental Research”. A pesquisa realizada pelo professor Wagner Marcenes, da Universidade Queen Mary, em Londres, estima que 2,4 bilhões de pessoas no mundo sofrem desse problema bucal.

Os pesquisadores se assustaram com o nível de negligência, já que existem formas simples e conhecidas de tratamento e prevenção da doença. Outro dado alarmante é que as cáries não tratadas atingem não apenas as crianças, mas também a população adulta.

— A cárie causa prejuízos econômicos significativos. Se for deixada sem tratamento, ela provoca queda da produtividade no trabalho e absenteísmo em adultos, e piora a performance escolar das crianças — disse Marcenes, em entrevista à BBC. — É alarmante ver que a prevenção e o tratamento das cáries são negligenciados a esse nível.

A cárie é causada pela destruição da superfície do dente provocada por ácidos produzidos por bactérias que vivem na boca. A prevenção é simples, baseada na higiene bucal e na mudança de hábitos alimentares. Para o pesquisador, este é o maior desafio. A dieta atual envolve o consumo de grandes quantidades de açúcar em comidas e bebidas e lanches frequentes.

A pesquisa conduzida pelo professor Marcenes envolveu um time internacional de cientistas que analisaram 378 estudos que envolveram cerca de 4,7 milhões de pessoas em todo o mundo entre 1990 e 2010. Os resultados sugerem que 2,4 bilhões de pessoas possuem cáries não tratadas em destes permanentes e cerca de 621 milhões de crianças têm cáries em dentes de leite. O trabalho prevê que mais de 190 milhões novos casos de cárie surgem a cada ano.

— A percepção atual de que baixos níveis de cáries na infância vão ser levados para toda a vida parece incorreta — disse Marcenes. — Atualmente, a maioria das políticas é focada nas crianças. Os adultos são negligenciados.

(O Globo)